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As consequências da comoditização da Coloração Pessoal

Atualizado: 12 de jun. de 2023



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A comoditização da Consultoria de Cores começou nos EUA, em meados dos anos 80, com a gradativa mercantilização desse serviço, feita por algumas empresas tais como a Color me Beautiful (fundada por Carol Jackson), que foi importante agente inicial deste processo. Aos poucos, os serviços de consultoria de cores, que eram essencialmente artesanais, e vinham sendo feitos até então de modo super técnico, artístico, investigativo e, por isso mesmo, verdadeiramente personalizados, foram quase que totalmente substituídos pela consultoria de massas, vinculada a materiais e métodos bem simplificados, e que alcançavam resultados superficiais e muitas vezes até enganosos. As análises que anteriormente eram feitas por consultores investigativos, do calibre de pioneiros como Suzanne Caygill, Robert Dorr e seus aprendizes, foram substituídas pelas consultorias comoditizadas, de massas que, além de tudo, sempre estiveram atreladas aos ditames do mercado de tendências das indústrias de maquiagem e da moda. Esse processo, salvo raras exceções de alguns nichos e pessoas, prosseguiu assim até hoje, mas somente recentemente atingiu seu pico de força, aqui no Brasil.


Sim, não há dúvida que com isso também houve uma crescente democratização do acesso a esse tipo de consultoria, mas com inegáveis perdas de qualidade do que é oferecido ao cliente e, paralelamente, de seriedade profissional por parte das consultoras. A reflexão sobre estes dois aspectos, foi o que me levou ao questionamento do real valor deste ganho da ampliação do serviço com a sua comoditização.


Como exemplo desta reflexão, retomo aqui o assunto que, no post anterior já escrevi algo sobre, aqui no Blog: -o da superficialidade do jargão "Harmonia é repetição", quando este é tomado como baliza única da análise de coloração pessoal. Situação essa que, infelizmente, hoje ainda reina quase que soberana nos discursos, cursos, métodos, materiais e mídias de divulgação, quando o assunto é Coloração Pessoal.


A Harmonia (e consequentemente a repetição, um de seus aspectos), é na realidade um dos elementos partícipes do todo de uma composição, e quando for tomada de forma isolada, como sendo ela o próprio todo (sem que de fato o seja), fere de forma violenta um dos princípios fundamentais da composição visual artística, que é o Princípio da Unidade. Não existe composição visual artística una, se o equilíbrio dinâmico entre harmonia e variação não estiver presente. Ou seja, a repetição como elemento principal da Harmonia, em nada ajuda uma composição visual artística a ser una, se não houver um equilíbrio dela com os elementos inerentes da Variação (que são tão importantes quanto, e os abordarei mais à frente, em outra postagem)!


E o que mais as pessoas buscam no seu íntimo, ao contratar uma consultoria de cores, ou até mesmo de imagem, é nossa ajuda para sua gradativa apropriação do processo de construção da sua composição visual (self design), pois todos somos em essência instintivamente artistas e criativos! Como consultores precisamos parar e nos questionar com franqueza sobre o que estamos de fato promovendo, se oferecermos aos nossos clientes apenas a commodity da coloração pessoal, com sua inerente superficialidade e parcialidade. Estaremos gerando muita frustração e descrédito na profissão!


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14 de jun. de 2023
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Texto excelente

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