Harmonia e Variação, dois pratos da mesma balança
- Eduarda Mendes
- 2 de jun. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 12 de jun. de 2023
Um dos jargões mais comuns, no mercado de consultoria de cores, é "harmonia é repetição" com o complemento inevitável "é a harmonia que promove a percepção de unidade visual", que tanto agrada e apazigua o observador de uma composição visual (seja ela qual for, como por exemplo, uma pessoa e suas roupas e acessórios)...
Esse jargão, na verdade, é uma grande armadilha para as consultoras de coloração pessoal que nele se apoiam cegamente, pois ao se fundamentarem exclusivamente em menos que uma meia verdade, podem ser induzidas a erros de orientação às suas clientes bastante crassos.
Primeiramente, harmonia não é somente repetição. Há também outros fatores envolvidos nela, tais como ritmo e padrão. E é também muito importante salientar que repetição em excesso destrói a harmonia, tornando a composição desinteressante e monótona!

Em segundo lugar, é preciso saber que a unidade visual de uma composição se dá principalmente pela interação sinérgica entre harmonia e variação, cada uma representando um dos pratos da mesma balança, que promove a unidade visual e a noção de espaço em qualquer composição. Outros pesos a serem considerados, pois modulam e enriquecem esse balanço dos dois pratos no nosso exemplo da balança, são o equilíbrio, a proporção, a dominância, o movimento e a economia.
E por último, já entendido que só a harmonia não amarra todas as unidades de uma composição em um todo, e que a variação desempenha igual importância nesta equação, vamos analisar agora do que se trata a tal da variação!
A variação desempenha o papel oposto ao da harmonia e suas repetições, ritmos e padrões. A variação é a responsável pela presença de contrastes e balanceamento entre os elementos presentes nas composições visuais.
Felizmente, a maioria das pessoas comuns ainda possui um senso intuitivo de equilíbrio entre estes dois elementos (harmonia e variação) e, no caso do uso das cores tanto nas suas roupas, como na maquiagem, não se apegam exclusivamente ao jargão mercadológico da "harmonia é repetição", promovendo também contrastes e balanceamentos entre suas composições coloridas e cores já presentes nas suas belezas naturais!
Se o desconhecimento desses conceitos interfere na qualidade da entrega em uma análise de coloração pessoal? Claro que sim! Mas isso será assunto para outro post em que abordarei mais profundamente os temas do contraste e do balanceamento.
Obs: Sugerir a repetição do contraste pessoal da cliente, se enquadra no quesito harmonia por repetição e, portanto, não é promover variação com contrastes e balanceamentos. Óbvio... Mas é sempre bom lembrar.
Ps: Para ler sobre estes conceitos e outros que já se atualizaram sobre a Teoria da Composição Visual, e não continuar batendo em teclas do início do século passado, recomendo a leitura deste livro (que, inclusive, já está traduzido no Brasil): Fundamentos de Arte, teoria e prática (Otto G OCVIRK e outros);
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